Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo
(Nota: Há controvérsias se este poema não é de Jorge Luis Borges)
Em todo este caso cubano, um homem se destaca no horizonte de minha memória como o planeta Marte no seu periélio. Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava a estes era comunicar-se rapidamente com o chefe dos insurretos, Garcia, que se sabia encontrar-se em alguma fortaleza no interior do sertão cubano, mas sem que se pudesse precisar exatamente onde. Era impossível comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente tinha que tratar de assegurar-se da sua colaboração, e isto quanto antes. Que fazer?
Alguém lembrou ao Presidente: "Há um homem chamado Rowan; e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan".
Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias, saltou, de um barco sem coberta, alta noite, nas costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um pais hostil e entregado a carta a Garcia são coisas que não vem ao caso narrar aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: O Presidente Mac Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou a carta e nem sequer perguntou; "Onde é que ele está?"
Hosanas! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze imarcescível e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altivo no exercício de um cargo; para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.
O General Garcia já não é deste mundo, mas há outros Garcias. A nenhum homem que se tenha empenhado em levar avante uma empresa, em que a ajuda de muitos se torne precisa, tem sido poupados momentos de verdadeiro desespero ante imbecilidade de grande número de pessoas, ante a inabilidade ou falta de disposição de concentrar a mente numa determinada coisa e fazê-la. Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal feito, parecem ser a regra geral. Ninguém pode ser verdadeiramente bem sucedido, salvo se lançar mão de todos os meios ao seu alcance, quer da força, quer do suborno, para obrigar outros a ajudá-lo, a não ser que Deus Onipotente, na sua misericórdia, faça um milagre enviando-lhe como auxiliar um anjo de luz. Leitor amigo, tu mesmo podes tirar a prova. Estás sentado no teu escritório, rodeado de meia dúzia de empregados. Pois bem, chama um deles e pede-lhe: "Queira ter a bondade de consultar a enciclopédia e de me trazer uma descrição sucinta da vida de Corregio". Dar-se-ão casos do empregado dizer calmamente: "Sim, Senhor" e executar o que se lhe pediu? Nada disso! Olhar-te-ão perplexo e de soslaio para fazer uma ou mais das seguintes perguntas:
Quem é ele?
Que enciclopédia?
Onde é que está a enciclopédia?
Fui eu acaso contratado para fazer isso?
Não quer dizer Bismark?
E se o Carlos o fizesse?
Já morreu?
Precisa disso com urgência?
Não será melhor que eu traga o livro para que o senhor mesmo procure o que quer?
Para que quer saber isso?
E aposto dez contra um que, depois de haveres respondido a tais perguntas, e explicado a maneira de procurar os dados pedidos e a razão por que deles precisas, teu empregado irá pedir a um companheiro que o ajude a encontrar Corregio, e, depois voltará para te dizer que tal homem não existe. Evidentemente, pode ser que eu perca a aposta mas, segundo a lei das médias, jogo na certa. Ora, se fores prudente, não te darás ao trabalho de explicar ao teu "ajudante" que Corregio se escreve com "C" e não com "K", mas limitar-te-ás a dizer meigamente, esboçando o melhor sorriso: "Não faz mal; não se incomode", e, dito isto, levantar-te-ás e procurarás tu mesmo. E esta incapacidade de atuar independentemente, esta inépcia moral, esta invalidez da vontade, esta atrofia de disposição de solicitamente se por em campo e agir são as coisas que recuam para um futuro tão remoto o advento do socialismo puro. Se os homens não tomam a iniciativa de agir em seu próprio proveito, que farão quando o resultado do seu esforço redundar em benefício de todos? Por enquanto parece que as pessoas ainda precisam ser feitoradas. O que mantém muito empregado no seu posto, e o faz trabalhar, é o medo de, se não o fizer, ser despedido no final do mês. Anuncia-se precisar de um taquígrafo, e nove entre dez candidatos à vaga não saberão ortografar nem pontuar e, o que é mais, pensam que não é necessário sabê-lo. Poderá uma pessoa destas escrever uma carta à Garcia?
Ultimamente temos ouvido muitas expressões sentimentais externando simpatia para com os pobres que mourejam de sol a sol, para com os infelizes desempregados, e tudo isto, quase sempre, entremeado de muita palavra dura para com os homens que estão no poder. Nada se diz do patrão que envelhece antes do tempo, num baldado esforço para induzir eternos desgostosos e descontentes a trabalhar conscienciosamente; nada se diz de sua longa e paciente procura de pessoal, que, no entanto, muitas vezes nada mais faz do que "matar o tempo", logo que ele volta as costas. Não há empresa que não esteja despedindo pessoal que se mostre incapaz de zelar pelos seus interesses, a fim de substituí-lo por outro mais apto. E este processo de seleção por eliminação está se operando incessantemente, em tempos adversos, com a única diferença que, quando os tempos são maus e o trabalho escasseia, a seleção se faz mais escrupulosamente, pondo-se fora, para sempre, os incompetentes e os inaproveitáveis.
É a lei da sobrevivência do mais apto. Cada patrão, no seu próprio interesse, trata somente de guardar os melhores - naqueles que podem levar uma mensagem a Garcia. Conheço um homem de aptidões realmente brilhantes, mas sem a fibra precisa para gerir um negócio próprio e que ademais se torna completamente inútil para qualquer outra pessoa, devido a suspeita insana que constantemente abriga de que seu patrão o esteja oprimindo ou tencione oprimi-lo. Sem poder mandar, não tolera que alguém o mande. Se lhe fosse confiada uma mensagem a Garcia, retrucaria provavelmente: "Leve-a você mesmo". Hoje este homem perambula errante pelas ruas em busca de trabalho, em quase petição de miséria. No entanto, ninguém que o conheça se aventura a dar-lhe trabalho porque é a personificação do descontentamento e do espírito de replica. Refratário a qualquer conselho ou admoestação, a única coisa capaz de nele produzir algum efeito seria um bom pontapé dado com a ponta de uma bota de número 42, sola grossa e bico largo. Sei, não resta dúvida, que um indivíduo moralmente aleijado como este, não é menos digno de compaixão que um fisicamente aleijado. Entretanto, nesta demonstração de compaixão, vertamos também uma lágrima pelos homens que se esforçam por levar avante uma grande empresa, cujas horas de trabalho não estão limitadas pelo som do apito e cujos cabelos ficam prematuramente encanecidos na incessante luta em que estão empenhados contra a indiferença desdenhosa, contra a imbecilidade crassa e a ingratidão atroz, justamente daqueles que, sem o seu espírito empreendedor, andariam famintos e sem lar. Dar-se-á o caso de eu ter pintado a situação em cores demasiado carregadas? Pode ser que sim; mas, quando todo mundo se apraz em divagações quero lançar uma palavra de simpatia ao homem que imprime êxito a um empreendimento, ao homem que, a despeito de uma porção de empecilhos, sabe dirigir e coordenar os esforços de outros e que, após o triunfo, talvez verifique que nada ganhou; nada, salvo a sua mera subsistência. Também eu carreguei marmitas e trabalhei como jornaleiro. Sei, portanto, sobre ambos os lados. Não há excelência na pobreza de per si; farrapos não servem de recomendação. Nem todos os patrões são gananciosos e tiranos, da mesma forma que nem todos os pobres são virtuosos. Todas as minhas simpatias pertencem à pessoa que trabalha conscienciosamente, quer o patrão esteja, quer não, e àqueles que, ao lhe ser confiada uma carta para Garcia, tranquilamente toma a missiva, sem fazer perguntas idiotas, e sem a intenção oculta de jogá-la na primeira sarjeta que encontrar, ou praticar qualquer outro feito que não seja entregá-la ao destinatário. Essas pessoas nunca tem que se declarar em greve para forçar um aumento de ordenado. A civilização busca ansiosa, insistentemente, pessoas nestas condições. Tudo que uma tal pessoa pedir se-lhe-á concedido. Precisa-se dela em cada cidade em cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: Precisa-se, e precisa-se, com urgência de um homem capaz de levar uma mensagem a Garcia.
Este discurso é trecho do filme Sua Excelência, de 1966/67, em que o inesquecível Cantinflas, comediante mexicano, pronuncia na Assembleia da ONU no papel de Embaixador de um país fictício. Contém uma lição bem atual apesar de ter sido pronunciado há mais de 40 anos. (Tradução de José Chirivino Álvares)
Coube-me, por sorte, ser o último orador. Isso muito me agrada, pois assim os pego cansados. Não obstante, sei que apesar da insignificância do meu país que não tem poderio militar, nem político, nem econômico, nem muito menos atômico, todos os Senhores esperam com grande interesse minhas palavras já que do meu voto depende o triunfo dos Verdes ou dos Vermelhos.
Senhores Representantes:
Estamos passando por um momento crucial em que a humanidade se enfrenta ante essa mesma humanidade. Estamos vivendo um momento histórico em que o homem científica e intelectualmente é um gigante, mas moralmente é um pigmeu. A opinião mundial está tão profundamente dividida em dois grupos aparentemente irreconciliáveis, que ocorre o caso de que um só voto, o voto de um país fraco e pequeno, pode fazer que a balança penda para um ou para o outro lado. Estamos, portanto, numa grande gangorra. Com um lado ocupado pelos Verdes e com o outro ocupado pelos Vermelhos.E agora chego eu, que sou peso-pluma, e do lado que me colocar, para lá penderá a balança! Façam-me o favor!
Os Senhores não creem que é muita responsabilidade para um só cidadão? E porque também não considero justo que a metade da humanidade - seja qual for ela - venha a ser condenada a viver sob um regime político e econômico que não é de seu agrado, somente porque um frívolo embaixador votou - ou que o tenham feito votar - num sentido ou no outro. E é por isso que não votarei em nenhuma das duas teses. E não votarei em nenhuma das duas teses, por três razões:
Primeira, porque – repito - não seria justo que um só voto de um só representante – que poderia neste momento estar doente do fígado – venha a decidir os destinos de cem nações.
Segunda, porque estou convencido de que os procedimentos - repito e sublinho: os procedimentos dos Vermelhos (os países comunistas) são desastrosos.
E a terceira, porque estou convencido de que os procedimentos dos Verdes (os Estados Unidos da América) tampouco são os mais bondosos que se possa ter
E se não se calarem imediatamente, não sigo com o discurso e os Senhores ficarão com a curiosidade de saber o que eu tinha para lhes dizer. Insisto que falo de procedimentos e não de idéias e nem de doutrinas.
Para mim todas as idéias são respeitáveis, ainda que sejam “ideiazinhas” ou “ideiazonas” e mesmo que eu não esteja de acordo com elas. O que pensa esse Senhor, ou esse outro Senhor, ou aquele Senhor, ou esse de bigodinho que já não pensa nada porque já está dormindo, nada disso impede que sejamos, todos nós, bons amigos. Todos cremos que nossa maneira de ser, nossa maneira de viver, nossa maneira de pensar e até o nosso modo de andar são os melhores; e esse modelo tratamos de impô-lo aos demais e, se não os aceitam, dizemos que 'são isso ou são aquilo' e, imediatamente, entramos em desinteligências.
Os senhores acham que isso está correto?
Tão fácil seria a vida se ao menos respeitássemos o modo de viver de cada um. Faz cem anos que disse uma das figuras mais humildes, mas mais importantes do nosso continente:'O respeito ao direito alheio é a paz'. É disso que eu gosto! Não que me aplaudam, mas que reconheçam a sinceridade das minhas palavras. Estou de acordo com tudo o que disse o Senhor Representante da Salsichônia com humildade (N.T.: referência à Alemanha); com humildade de pedreiros independentes devemos lutar para derrubar a barreira que nos separa; a barreira da incompreensão; a barreira da mútua desconfiança; a barreira do ódio. E no dia em que conseguirmos, poderemos dizer que voamos por cima da barreira.
Mas não a barreira das idéias, isso não, nunca! No dia em que pensarmos iguais, atuarmos iguais, deixaremos de ser homens para converter-nos em máquinas, em autômatos. Esse é o grave erro dos Vermelhos, o querer impor pela força suas ideias e seu sistema político e econômico. Falam de liberdades humanas, mas eu lhes pergunto: existem essas liberdades em seus próprios países? Dizem defender os Direitos do Proletariado, mas seus próprios trabalhadores nem sequer possuem o direito fundamental à greve. Falam da cultura universal ao alcance das massas, mas encarceraram os seus escritores porque eles se atrevem a dizer a verdade. Falam da livre determinação dos povos e, no entanto, há cem anos oprimem uma série de nações sem permitir-lhes que se dêem uma forma de governo que mais lhes convenham.
Como podemos votar por um sistema que fala de dignidade e, ato contínuo, atropela o mais sagrado da dignidade humana, que é a liberdade de consciência, eliminando ou pretendendo eliminar a Deus por decreto?
Não, senhores representantes, eu não posso estar com os Vermelhos ou, melhor dizendo, com sua maneira de atuar. Respeito seu modo de pensar, mas não posso dar meu voto para que seu sistema se implante pela força em todos os países da Terra. Aquele que quiser ser Vermelho que o seja, mas que não pretenda tingir os demais
Um momento, jovens! Senhores! Por que tão sensíveis? Os senhores não agüentam nada, não? Eu ainda não terminei. Voltem aos seus lugares. Sei que estão acostumados a abandonar essas reuniões quando ouvem algo que não é de seu agrado; mas não terminei. Voltem aos seus lugares, não sejam precipitados, ainda tenho que dizer algo sobre os Verdes. Os senhores gostariam de ouvir? Sentem-se!Agora, meus queridos colegas Verdes.
O que disseram os Senhores? - Já votou por nós? Não? Pois não, jovens. Não votarei por vocês porque vocês também têm muita culpa por tudo que acontece no mundo. Vocês são soberbos como se o mundo fosse só de vocês e que os demais tivessem uma importância apenas relativa. E ainda que falem de paz, de democracia e de coisas muito bonitas, às vezes também pretendem impor sua vontade pela força e pela força do dinheiro. Estou de acordo que devamos lutar pelo bem coletivo e individual; que devamos combater a miséria; que devamos resolver os tremendos problemas de habitação, do vestir e do sustento. Mas não estou de acordo é com a forma que vocês pretendem resolver esses problemas. Vocês também sucumbiram ante o materialismo, esqueceram os mais belos valores do espírito. Pensando somente nos negócios, pouco a pouco foram se convertendo nos credores da humanidade e, por isso, a humanidade lhes vê com desconfiança.
No dia da inauguração desta Assembléia, o Senhor Embaixador da 'Ladarônia' disse que o remédio para todos os nossos males estava em ter automóveis, refrigeradores, televisores. E eu me pergunto: para que queremos automóveis se ainda andamos descalços? Para que queremos refrigeradores se não temos alimentos para colocar neles? Para que queremos tanques e armamentos se não temos escolas para nossos filhos? Devemos lutar para que o homem pense na paz, mas não somente impulsionado pelo seu instinto de conservação, se não, e fundamentalmente, pelo dever que tem de superar-se e de fazer do mundo um local de paz e tranquilidade cada vez mais digno da espécie humana e de seus altos destinos. Mas essa aspiração não será possível se não houver abundância para todos; bem-estar comum, felicidade coletiva e justiça social.
É verdade que está em suas mãos - dos países poderosos da terra, Verdes e Vermelhos -, o ajudar a nós, os fracos, mas não com presentes, nem com empréstimos, nem com alianças militares. Ajudem-nos pagando preços mais justos, mais eqüitativos por nossas matérias-primas; ajudem-nos dividindo conosco seus notáveis avanços na ciência, na tecnologia. Não para fabricar bombas, mas para acabar com a fome e com a miséria.
Ajudem-nos respeitando nossos costumes, nossas crenças, nossa dignidade como seres humanos e nossa personalidade como nações, por pequenos e frágeis que sejamos.
Pratiquem a tolerância e a verdadeira fraternidade, e nós saberemos corresponder-lhes. Mas deixem imediatamente de tratar-nos como simples peões no tabuleiro de xadrez da política internacional. Reconheçam-nos como o que somos, não somente como clientes ou como ratos de laboratório, mas como seres humanos que sentem, sofrem e choram.
Senhores representantes, existe outra razão a mais por que não posso dar meu voto:faz exatamente vinte e quatro horas que apresentei minha renúncia como Embaixador do meu país. Espero que seja aceita. Consequentemente, não lhes falei como Excelência, mas como um simples cidadão; como um homem livre; como um homem qualquer; mas que, não obstante, crê interpretar ao máximo as aspirações de todos os homens da Terra; as aspirações e os desejos de viver em paz; o desejo de ser livres; o desejo de entregar aos nossos filhos e aos filhos de nossos filhos um mundo melhor; em que reine a boa vontade e a concórdia.
E que fácil seria, senhores, alcançar esse mundo melhor em que todos os homens brancos, negros, amarelos e pardos, ricos e pobres pudessem viver como irmãos. Se não fôssemos tão cegos, tão obcecados, tão orgulhosos. Se apenas orientássemos nossas vidas pelas sublimes palavras que, faz dois mil anos, disse aquele humilde carpinteiro da Galiléia, simples, descalço, sem fraque nem condecorações:
“Amai-vos, amai-vos uns aos outros!”
Mas, lamentavelmente vocês entenderam mal, confundiram os termos. E o que fizeram? E o que fazem?
Mineiro de nascimento, paulista por adoção. Economista e suplementado do Grupo Philips, fonte de grande parte de suas amizades. Aprecia literatura e, como hobby, dedica-se a escrever textos curtos como, crônicas do cotidiano político e social brasileiros, ensaios e contos, em geral refletindo sobre as virtudes e mazelas do mundo em que vivemos.
Este blog encontra-se ligado ao blog principal de Edson Pinto e tem a finalidade de guardar os textos por ele selecionados que - pelo recurso do hiperlink - podem ser acessados a partir do blog principal: http://blog-do-edson-pinto.blogspot.com/